sábado, 20 de junho de 2009

Somos todos jornalistas

Liberou geral. Agora não é mais necessário ter diploma de jornalista para exercer a profissão de jornalista. Ou seja, na teoria, todo mundo é jornalista. Na prática, também. Isso é de um significado grande para a blogosfera.

Primeiro. É necessário ver que essa desnecessidade do diploma veio junto com a revogação da Lei de Imprensa. Então, qualquer questão, conflito ou lide envolvendo jornais, revistas, a imprensa em geral e seus profissionais, não têm mais legislação específica para regulá-las. Só os princípios gerais na Constituição (direito de resposta na mesma proporção do agravo, e por aí vai). Então, num caso concreto, um juiz pode julgar de um jeito, e em outro caso concreto, mas semelhante ao primeiro, outro juiz pode julgar de outra forma, que não será contra a lei.
No final, isso termina fazendo com que haja mais processo (e aí vai mais gasto de dinheiro), e pior, mais tempo gasto para que haja um novo entendimento uniforme em todo o país.

Segundo. Não sendo mais necessário ter diploma do jornalista para exercer a profissão, qualquer um pode escrever qualquer coisa que pode ser considerado uma obra de arte jornalística. De modo que determinada corrente ideológica pode fundar um jornal e começar a dar um viés não-jornalístico às notícias.
Sim, isso já ocorre hoje. Porém, com a decisão, se institucionalizou, virará regra. Portanto, cabe a todos estarmos vigilantes para isso.

Terceiro. Quem escrevia em jornal, revista, era considerado jornalista. Quem escrevia na internet, se não fizesse parte do quadro de jornais e revistas, era considerado blogueiro. Com a decisão, não existe mais diferença entre "jornalista" e "blogueiro", "blogue" e "jornal" ou "revista", "postagem" e "matéria jornalística".
Conseqüência do primeiro ponto que eu falei, se um "blogueiro" entrar na Justiça por alguma questão, pode pedir para ser igualado a um jornalista.

Quarto. Por fim, isso forçará à especialização dos diplomados, bem como profissionalização dos "blogueiros", além de muitas coisas imprevisíveis. Só vendo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Lula Presidente do Banco Mundial

Mesmo que o nosso Presidente não possa se eleger para um terceiro mandato, ele pode continuar sendo Presidente, mas do Banco Mundial. Esse é o desejo de Barack Obama, o qual já chamou Lula de "o cara".

É com esse tipo de notícia que eu fico feliz. Leiam:

"Obama quer que Lula seja o próximo presidente do Banco Mundial, diz revista Exame

O presidente norte-americano Barack Obama está interessado em que o Banco Mundial, depois da crise financeira atual, tenha uma estrutura mais focada às políticas sociais e mais preocupada com os países mais pobres do planeta. Para isso, Obama teria proposto para a presidência da instituição o nome do presidente brasileiro, o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, a quem define como "o político mais popular do mundo".

A notícia chegou à imprensa no número que acaba de chegar às bancas da prestigiosa revista econômica brasileira "Exame", do grupo Abril. Assinada pelo colunista semanal, Marcelo Onaga, a informação não foi confirmada nem desmentida pelo governo, nem pelos setores da diplomacia. Questionado por "El País", o chefe do gabinete de imprensa de Lula, o diplomata Marclo Baumbach, respondeu: "Para a Presidência da República o assunto deve ser tratado como rumor, sobre o qual não cabe fazer comentários".

Em sua coluna, Onaga escreve: "Representantes do presidente americano teriam consultado informalmente pessoas próximas a Lula para saber qual seria a reação do presidente brasileiro ao convite [para presidir o Banco Mundial]. Ouviram que, no mínimo, Lula se sentiria honrado". Consultado por telefone, o jornalista de "Exame", confirmou que sua fonte foi o Departamento de Estado norte-americano, ainda que a notícia não seja ainda oficial. A pessoa próxima a Lula consultada pelos assessores de Obama seria alguém de total confiança do presidente, segundo Onaga, que pediu a este jornal para não ter o nome da fonte publicada.

Lula é conhecido como um político latino-americano que soube conciliar - como ressaltou ontem (1º) em seu discurso de posse como presidente de El Salvador, Maurício Funes - "uma política econômica severa com políticas sociais de grande alcance". Entre outros mandatários presentes no ato, estavam Lula e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Ela se mostrou de acordo com as palavras de Funes. O novo presidente salvadorenho afirmou em seu discurso que ele se inspirou na política de dois presidentes atuais: Obama e Lula.

Se confirmado a presidência de Lula no Banco Mundial, seria a primeira vez em 65 anos que à frente da instituição estaria um não norte-americano. O mandato do atual presidente, Robert Zoellick, termina em 2011 e Lula deverá deixar o seu cargo exatamente em janeiro de 2011.

Lula, que não fala inglês, seria uma figura simbólica no Banco Mundial, que representaria uma alma nova na instituição, uma alma de aspecto social, e faria com que Obama oferecesse ao mundo uma espécie de redenção de uma instituição acusada tantas vezes de fazer uma política voltada aos mais ricos do planeta. O presidente brasileiro tem criticado várias vezes ao longo da crise econômica a política elitista do Banco Mundial."

Comentário do blogue: Lula, na Presidência do Banco Mundial, seria um sinal de que o Mundo, realmente, mudou.

Portanto, quero mobilizar toda a blogosfera de esquerda a iniciar uma campanha, em paralelo a campanha de Dilma para Presidente do Brasil, de Lula para a Presidência do Banco Mundial.

Links:
Notícia UOL: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/06/02/ult581u3276.jhtm
Notícia Exame (para assinantes): http://portalexame.abril.uol.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&COD_RECURSO=211;831&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.uol.com.br/revista/exame/edicoes/0944/gestao/ele-cara-473271.html
Notícia El País: http://www.elpais.com/articulo/internacional/Obama/quiere/Lula/sea/proximo/presidente/Banco/Mundial/elpepuint/20090602elpepuint_7/Tes

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mais do que uma Copa do Mundo de Futebol

Todo mundo (menos as não-indicadas) feliz com as indicações das cidades que serão sub-sedes dos jogos da Copa de 2014 no Brasil. O próprio domingo foi dia de festa nas cidades, demonstrando a receptividade que o brasileiro já tem para com os estrangeiros que para cá vêm.

Hoje, segunda, passadas as festas, é preciso pensar no trabalho que a Copa vai dar aos governos (federal, estadual e municipal) para que a Copa seja realmente realizada - é bom lembrar (ou avisar) que, se muita coisa estiver faltando a pouco tempo do Mundial, a FIFA pode mudar a sede de última hora. Portanto, cumprir todas as exigências que virão é fundamental para concretizar a Copa.

Pode parecer óbvio, mas não é para a maioria da população. Pensam que o Brasil já foi escolhido e pronto, não tem como voltar atrás. Ledo engano. Se isso acontecer, aí vêm os nacionalistas: "Isso é uma injustiça com o Brasil", etc. Não digam que não foram avisados.

E o que faz parte dessa série de exigências? Mobilidade urbana (rede de serviços de transportes), segurança, receptivo (aeroportos, hoteis, etc), entre outros.

Mobilidade urbana envolve principalmente: 1) como se deslocar dentro da cidade; 2) como se dirigir do hotel ou do aeroporto para o estádio em que acontece o jogo.

Quanto a segurança, é preciso investimentos direcionados a ações preventivas, haja vista ainda haver tempo, e repressivas, no sentido de identificar pontos de alto risco de crimes.

Por fim, quanto ao receptivo, devendo haver investimentos em: 1) aeroportos (requalificação e expansão); 2) hotéis (reestruturação, requalificação e expansão da rede hoteleira); 3) orientação turística (pacotes turísticos, informações, guias, etc).

Em todos os três pontos que eu citei, e outros que porventura também sejam necessários discutir, se observa um predomínio do interesse público, não só para que as ações voltadas a Copa perdurem e possam ser utilizadas tanto durante quanto após o campeonato mundial pela população, mas que essas mesmas ações sejam ações de Estado, e não de Governo, como pode ocorrer.

Um caso emblemático. São Paulo, uma das cidades-sede, tem um engarrafamento monstro. O que fará para evitar que os jogos atrasem porque as seleções estão presas no trânsito? Com a atual Prefeitura prezando pelo transporte individual, seria necessário construir ruas e avenidas por dentro do pavimento térreo dos edifícios.

Recife não reformará os estádios existentes, e, sim, construirá um do zero no limite com a cidade de São Lourenço da Mata. Além dele, serão construídas 9 mil unidades habitacionais e o novo Centro Administrativo do Governo. Além disso, terá linhas de ônibus e um terminal do metrô.

Por causa desses motivos, será necessário cobrar de nossos futuros postulantes aos governos da três esferas, projetos palpáveis. Devemos fazer isso já em 2010 em relação aos candidatos a Presidente e a Governador, para que em 2012 não haja projetos mirabolantes, fora da realidade para os alcaides.

Afinal, é fundamental que não se repita o que aconteceu com o Pan 2007. Enquanto responsabilidade do Estado e do Município do Rio de Janeiro, não houve trabalho por pura picuinha política. Em 2007, com um aliado real de Lula no governo do Estado, teve que se deixar a política de lado para lidar com o prefeito César Maia (PFL).

Ou seja, é primordial que o trabalho iniciado em um governo não seja paralisado pelo governo novo e adversário. Como já foi falado, é preciso parar de pensar em Governo, e passar a pensar no Estado.