sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Desafio de José Serra aceito por este blogueiro

Em notícia do G1 (veiculada também no Jornal da Globo), "Serra diz que há 'permanente guerra de baixaria' ":

(...)

'Pelo nosso lado, eu desafio alguém a encontrar uma vírgula, um fio de cabelo que tenha sido arrancado de qualquer adversário em campanha eleitoral.' "

Pois, bem, senhor José Serra. Este blogueiro aceita o desafio.

O PSDB enfrentou, junto e contra o PT, 5 eleições presidenciais: 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006.

Nas eleições de 1989, em que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, foi ao 2º turno contra o candidato do PRN, Fernando Collor, o PSDB, que tinha concorrido com Mário Covas, apoiou o petista.

Para as eleições de 1994 os dois partido estavam tentando entrar em acordo para o PT lançar Luiz Inácio Lula da Silva candidato a presidente, cabendo ao PSDB indicar a vice-presidência, com Tasso Jeirissati. Acordo abortado quando a popularidade de Fernando Henrique Cardoso subiu com o Plano Real.

Em 1997, o seu partido começou o mensalão para ver aprovada a emenda da reeleição para FHC, o qual ocorreu, sendo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotado mais uma vez.

Finalmente, em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva saiu novamente candidato do PT, após um processo de escolha interna do partido. As pesquisas o indicavam à frente do senhor, candidato do PSDB. Porém, as pesquisas também indicavam Roseana Sarney, à época no PFL, em 1º lugar, na frente até de Lula.

Isso desagradava toda a cúpula do seu partido, que via em Lula um candidato fácil de derrotar. Mas Roseana não, principalmente por ser ela filiado a um partido aliado ao PSDB.

E o que o partido de Vossa Excelência fez? Utilizou o Estado para investigar irregularidades do marido dela que, até então, não tinham sido sequer detectadas pela Receita Federal. Toda a mídia ajudou a colar as irregularidades do marido dela, nela, forçando a retirada de sua candidatura.

Vossa Excelência parece ter memória seletiva. Esse caso ficou conhecido como Caso Lunus, é só procurar no Google, já que o senhor gosta de madrugar na internet.

Toda a blogosfera sabe desse caso. Todo o caso está e é contado em detalhes na internet, em vários sites de jornais e blogues. Você não pode esconder.

Lembre: você não pode esconder o passado.

Atenciosamente,

Renan Bastos Nunes
Eleitor de Dilma em Recife, Pernambuco
Em carta aberta a José Serra

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cada propaganda no seu quadrado

A primeira propaganda eleitoral dos candidatos à Presidência foi uma surpresa.

Os candidatos Rui Pimenta e Zé Maria desqualificaram o processo eleitoral de que participam, dizendo que é um jogo de cartas marcadas. José Maria Eymael e Levy Fidélix passaram despercebidos.

A propaganda de José Serra, em vez de valorizar o já conhecido Serra, vem trazer um Zé. A própria propaganda é confusa. Alterna entre o Ministro Serra e o candidato Zé, além de nos proporcionar dois momentos de falsidade: uma favela cenográfica e uma Elba Ramalho cover.

A propaganda de Marina inicia naquilo que ela se destaca: na temática ambiental. Sem muita novidade no primeiro, espera-se que melhore nos seguintes.

A propaganda de Plínio é questionadora. É o PT em estado bruto, radical.


A propaganda de Dilma, além de apresentá-la como candidata da continuidade, dá a ela o comando de sua campanha, sem interferências de Lula. Ele ajuda, mas não interfere.

A campanha começou na TV e no rádio. Os candidatos já se apresentaram, é a chance de, nos próximos programas, apresentar as propostas para os próximos quatro anos.

Acontecendo algum foto novo durante os próximos dias, estaremos aqui comentando.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Confronto de titãs amedrontados

Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Quatro nomes de peso que se amedrotaram na frente das câmeras. Com medo de parecerem agressivos, arrogantes e lobos, se fizeram de cordeirinhos.

Por ser seu primeito debate, Dilma começou o primeiro bloco nervosa, mas já no segundo bloco deslanchou após uma pergunta de Marina sobre o enfrentamento ao crack. Tanto que seu posterior embate com Serra foi melhor para Dilma do que para ele, que foi obrigado a elogiar os programas do Governo Lula. Em outro embate, Serra também teve que defender as estatais, chegando a falar um pleonasmo: "Eu vou valorizar as empresas estatais, valorizando as empresas do Governo". No terceiro bloco se manteve regular, no quarto também para fechar com chave de ouro no quinto.

Para um político calejado como Serra, ele poderia ter se saído melhor, atacando mais do que se mantendo na retranca. Foi bom no primeiro bloco, caiu em qualidade no segundo, sumiu no terceiro. No quarto reapareceu, mas nos ensinou a fazer teatro no quinto forçando um choro.

Marina poderia se sair melhor, em vista do que estava sendo alardeado. Começou bem no primeiro bloco, mas ao longo dos seguintes sumiu. Só nos fez lembrar que estava lá no quinto e último bloco, quando declamou um poesia acerca da situação social do Brasil.

Plínio se saiu bem porque foi com o intuito de atacar todos. Chamou Serra de hipocondríaco ("só fala sobre saúde"), Marina de ecocapitalista e Dilma de lulista. Ironias à parte, levantou temas fora do padrão (saúde, educação e segurança): questionou a opinião de Dilma e de Serra acerca do limite de 1.000 hectares para fins de reforma agrária e a redução da jornada de trabalho sem redução do salário.

Dilma não foi tão bem, mas também não foi tão mal do jeito que se esperava como Serra se sairia bem. Precisa reforçar o diferencial entre eles, o diferencial dos projetos de governo, dos projetos e programas de partido, principalmente levando-se em consideração os partidos aliados que têm.

Esse primeiro debate, seno o primeiro, serve como exemplo para se identificar os pontos fortes e os pontos fracos próprios e de cada adversário, explorando-os e ressaltando-os.