Todo mundo conhece as histórias de resistência dos quilombos, no período colonial do Brasil. Mas, vamos voltar às lições de história.
Os quilombos, como definiam os portugueses à época, eram toda habitação de negros fugitivos que passassem de cinco, em parte despovoada, ainda que não haja ranchos levantados nem se achem pilões nela. Assim, não precisava levantar muros para se considerar quilombo; somente precisava do elemento subjetivo (escravos fugitivos) e elemento objetivo (mais de cinco em parte despovoada).
Era uma reprodução do confronto que havia entre os colonos senhores de engenho e representantes do governo português. Certamente que, com o pacto colonial, imposto à força, só podiam vender para a metrópole portuguesa, além de exorbitantemente taxado. Da mesma forma que os colonos queriam se ver livres do governo português, os escravos queriam se ver livres dos senhores de engenho.
De forma que raramente se ouvia falar notícias de um quilombo, era mais comum ouvir falar do Quilombo dos Palmares. Representavam para os escravos, além da liberdade, um resgate da vida que levavam na sua terra-mãe, a África. Dentre os trabalhadores, havia lavradores, criadores e artesãos.
O militarismo fazia parte do cotidiano dos quilombos, com o propósito de defesa dos constantes ataques de forças contratadas pelos donos de terras. Nos quilombos maiores construíam-se fortificações, de forma a organizar a defesa e um possível contra-ataque. Faz parte da história os contos acerca do Quilombo de Palmares e sua organização militar mais estruturada dentre todos. A força era tanta que, em 1678, as autoridades portuguesas foram obrigadas a receber uma delegação palmarina com honras de embaixada.
Para derrotar o Quilombo dos Palmares, foram necessárias 17 expedições, sendo a décima sétima comandada por Domingos Jorge Velho.
E o Pernambuco Clássico com isso? Tudo. Naquele tempo, Pernambuco teve três dos principais quilombos: Andaraí, Xique-Xique e Palmares. Hoje, Palmares está compreendido no território do estado de Alagoas.
E o Brasil de hoje com estas revoltas? Os descendentes de quilombolas requerem, junto ao Governo Federal, a propriedade das terras em que estão. Além do mais, os quilombos estão incluídos no programa “Territórios da Cidadania”, que compreenderá ações conjuntas de 15 Ministérios no sentido de dar condições dignas de vida: educação, saúde, eletricidade, água, etc.
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