segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mais do que uma Copa do Mundo de Futebol

Todo mundo (menos as não-indicadas) feliz com as indicações das cidades que serão sub-sedes dos jogos da Copa de 2014 no Brasil. O próprio domingo foi dia de festa nas cidades, demonstrando a receptividade que o brasileiro já tem para com os estrangeiros que para cá vêm.

Hoje, segunda, passadas as festas, é preciso pensar no trabalho que a Copa vai dar aos governos (federal, estadual e municipal) para que a Copa seja realmente realizada - é bom lembrar (ou avisar) que, se muita coisa estiver faltando a pouco tempo do Mundial, a FIFA pode mudar a sede de última hora. Portanto, cumprir todas as exigências que virão é fundamental para concretizar a Copa.

Pode parecer óbvio, mas não é para a maioria da população. Pensam que o Brasil já foi escolhido e pronto, não tem como voltar atrás. Ledo engano. Se isso acontecer, aí vêm os nacionalistas: "Isso é uma injustiça com o Brasil", etc. Não digam que não foram avisados.

E o que faz parte dessa série de exigências? Mobilidade urbana (rede de serviços de transportes), segurança, receptivo (aeroportos, hoteis, etc), entre outros.

Mobilidade urbana envolve principalmente: 1) como se deslocar dentro da cidade; 2) como se dirigir do hotel ou do aeroporto para o estádio em que acontece o jogo.

Quanto a segurança, é preciso investimentos direcionados a ações preventivas, haja vista ainda haver tempo, e repressivas, no sentido de identificar pontos de alto risco de crimes.

Por fim, quanto ao receptivo, devendo haver investimentos em: 1) aeroportos (requalificação e expansão); 2) hotéis (reestruturação, requalificação e expansão da rede hoteleira); 3) orientação turística (pacotes turísticos, informações, guias, etc).

Em todos os três pontos que eu citei, e outros que porventura também sejam necessários discutir, se observa um predomínio do interesse público, não só para que as ações voltadas a Copa perdurem e possam ser utilizadas tanto durante quanto após o campeonato mundial pela população, mas que essas mesmas ações sejam ações de Estado, e não de Governo, como pode ocorrer.

Um caso emblemático. São Paulo, uma das cidades-sede, tem um engarrafamento monstro. O que fará para evitar que os jogos atrasem porque as seleções estão presas no trânsito? Com a atual Prefeitura prezando pelo transporte individual, seria necessário construir ruas e avenidas por dentro do pavimento térreo dos edifícios.

Recife não reformará os estádios existentes, e, sim, construirá um do zero no limite com a cidade de São Lourenço da Mata. Além dele, serão construídas 9 mil unidades habitacionais e o novo Centro Administrativo do Governo. Além disso, terá linhas de ônibus e um terminal do metrô.

Por causa desses motivos, será necessário cobrar de nossos futuros postulantes aos governos da três esferas, projetos palpáveis. Devemos fazer isso já em 2010 em relação aos candidatos a Presidente e a Governador, para que em 2012 não haja projetos mirabolantes, fora da realidade para os alcaides.

Afinal, é fundamental que não se repita o que aconteceu com o Pan 2007. Enquanto responsabilidade do Estado e do Município do Rio de Janeiro, não houve trabalho por pura picuinha política. Em 2007, com um aliado real de Lula no governo do Estado, teve que se deixar a política de lado para lidar com o prefeito César Maia (PFL).

Ou seja, é primordial que o trabalho iniciado em um governo não seja paralisado pelo governo novo e adversário. Como já foi falado, é preciso parar de pensar em Governo, e passar a pensar no Estado.

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