quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Pra Direita ou pra Esquerda? Depende do vencedor...

Vamos falar sobre o maior partido (?) do Brasil, o PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro, registrado no TSE em 30 de junho de 1981.

Surgido após o AI-2, que extinguiu o pluripartidarismo e impôs o bipartidarismo, como resposta a criação do partido governista ARENA - Aliança Renovadora Nacional -, o MDB - Movimento Democrático Brasileiro - era o partido de oposição ao governo na época da ditadura. Defendia as eleições diretas para Presidente e demais cargos do executivo, a serem ocupados por um civil.
Atravessou a ditadura, e chegou à redemocratização com os nomes de Tancredo Neves e José Sarney na chapa oposicionista, que foi a vencedora no Colégio Eleitoral. Com a morte de Tancredo, Sarney assume como primeiro presidente civil, da Nova República.

Desde então, o PMDB nunca mais foi o mesmo. Eleito Collor em 1989, assumiu a direção do partido uma ala que vem se mantendo e que não é a ala do grupo "autêntico" do PMDB. Michel Temer e Renan Calheiros eram da tropa de choque de Fernando Collor. José Sarney, maranhense, recém-saído da Presidência, se candidatou a senador... pelo Amapá!
Renan Calheiros foi Ministro da Justiça (?) de FHC. Nelson Jobim deixou o partido pra representar os interesses políticos do Governo FHC como Ministro do Supremo Tribunal Federal, que deveria ser puramente jurídico. Michel Temer continuou pertecendo ao governo.
No primeiro mandato de Lula, José Dirceu barrou a entrada do PMDB na base aliada do governo Lula, o que de certa forma causava instabilidade nas votações. Com sua saída, no segundo mandato o PMDB caiu como um elefante, ocupando os espaços dos Ministérios que mais recebiam grana. Afinal, é neles que ocorrem os maiores vendavais ("dinheiro na mão é vendaval...").

O PMDB sempre prometeu ter candidato pra Presidente pra eleição seguinte, desde 1998. Mas, como perderam em 1989, com Ulysses Guimarães, e em 1994, com Orestes Quércia, aprenderam a lição. Não lança candidato, e depois negocia o apoio ao candidato vencedor.
Se nas eleições pra Presidente o PMDB deixa a desejar, nas eleições pra Deputado e pra Senador eles são o maior partido. E nesse ponto, podemos fazer uma primeira divisão do partido: se você negocia com pê-eme-dê-bistas da Câmara dos Deputados, você tem que negociar com os pê-eme-dê-bistas do Senado, senão não passa.
Em estados e em municípios o PMDB é forte nas eleições para eleições do Executivo (governador e prefeito) e fraco nas eleições legislativas. Isso de certa forma aumenta o poder de barganha com o Governo Federal. O que é melhor pro Governo Federal do que conseguir o apoio do um governador, levando seus prefeitos junto?

Exatamente por ser grande, o PMDB tem diversas correntes. No plano nacional, há os que apóiam o Presidente Lula e os que são contra. Há os governadores situacionistas e os oposicionistas. Há os prefeitos situacionistas e os oposicionistas. Sempre foi assim, e sempre será neste singular partido. Não expulsam o político que não seguem a orientação da Executiva Nacional, por um simples motivo: quanto mais representação um partido tem na Câmara dos Deputados, mais ele recebe: 1) dinheiro, do Fundo Partidário; e, 2) tempo, no horário eleitoral gratuito.

Opinião: Por uma parte minha, o PMDB nunca seria extinto. É um exemplo, até, para todos os outros partidos. Um partido que enfrentou a ditadura, sabe bem o que é uma ditadura, e, por isso, deixa que seus políticos decidam da maneira como lhes convém, conforme suas convicções pessoais. Como eu falei na postagem sobre Fidelidade Partidária, o TSE e o STF criaram uma "ditadura dos partidos".
Por outro lado meu, o PMDB seria extinto, sim. É um exemplo de partido fisiológico.

Quer saber mais sobre o PMDB, do seu início até o fim da ditadura? Veja em http://z001.ig.com.br/ig/62/61/1019837/blig/blogdohudson/2008_01.html#post_19048219

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